Mais um livro que me foi recomendado pelo colega Marcelo Brito, aposentado, porém muito ativo.
Esta obra é emblemática no mundo da vela. É considerada a obra fundamental entre proprietários de veleiro ou aficionados pelo iatismo e pelas histórias do mar. Toda essa tribo já leu este livro, o que fez dele um Best-seller. Por isso mesmo é dificílimo encontrá-lo à venda; tentem na Estante Virtual (estantevirtual.com.br). A Livraria Cultura se propõe a entregá-lo, mas é a edição portuguesa, em português de Portugal. O grande sucesso desse livrinho (digo livrinho porque são umas 200 paginas) é o fato de ele narrar a primeira circunavegação do globo em solitário. Um livro não só para se ler, mas para se reler, manter e recomendar aos amigos. Embora o autor não seja um literato, mas um comandante profissional de navios cargueiros – testemunha daquela época de transição entre a vela e o vapor -, o estilo é surpreendentemente refinado, poético mesmo. Uma leitura agradável, bem humorada e cheia de surpresas. Como sei da dificuldade de encontrar este livro, resolvi reproduzir in totum o comentário de capa, para que se tenha pelo menos uma idéia do feito do autor: Assim como Vasco da Gama abriu as portas da verdadeira navegação oceânica de nossa era, Joshua Slocum e seu valente Spray nos mostraram que era possível dar-se a volta ao mundo num barco pequeno e com toda a segurança. Slocum dispensa apresentações e pode ser considerado até hoje como o verdadeiro patrono da navegação esportiva. Foi ele o primeiro homem a velejar sozinho em redor do mundo. Antigo capitão profissional dos grandes veleiros do século retrasado, este canadense, naturalizado americano, encontrava-se desempregado, em terra, quando em 1892 recebeu de presente de um amigo um velho casco ostreiro de mais de cem anos de idade e que se encontrava encalhado numa pastagem à beira de um rio. Com suas próprias mãos e quase dois anos de trabalho, Slocum reconstruiu-o, “tábua por tábua, caverna por caverna”, utilizando apenas as formas e dimensões do barco antigo. Em 1895 partiu de Boston numa viagem épica que durou três anos e, em 1898, tornava a ancorar no mesmo lugar, trazendo seu Spray “o mais perto possível do lugar onde nascera e amarrando-o no mesmo poste que servira para ajudar a seu lançamento às águas...”
Nestas 46.000 milhas percorridas solitariamente, Slocum nos fala do mar e das ondas com a sabedoria de quem os conheceu intimamente durante mais de trinta anos de carreira, dos povos e costumes dos países que visitou, das travessias e dos ventos. O texto, magnificamente escrito, pode ser comparado às aventuras marítimas de Jack London, com a ressalva feita de que London era um escritor que navegava, Slocum era um navegador que escrevia.
CADERNO DE LITERATURA
Organizador: Ernesto Fonsêca
Editor: Almir Júnior
4ª Edição, 26 de agosto de 2009
Porto Alegre: Mercado Aberto, 1991. (206 páginas)
Porto Alegre: Mercado Aberto, 1991. (206 páginas)